25.3.10

Escrita direta 3

Fatos capazes de mudar nossas vidas conforme conhecemos. Seja por nos tirar de determinada zona de conforto ou por colocar uma situação nova.

Inércia e caos se encontram. Uma pessoa nova, uma idéia nova, em fim; qualquer conjunto de fatos, idéias ou um fato isolado que faça a vida mudar. Sim, a vida muda muito o tempo todo. Mas algumas mudanças são mais profundas e fazem o que passou ficar mais distante do que quando somos sujeitos a pequenas mudanças.

Uma conversa inédita, uma pessoa especial, uma viajem que muda sua perspectiva, o estudo de um tema novo, um professor, um vídeo, um filme... o Steve Jobs tem um vídeo clássico que eu já postei aqui, e no final diz: Stay Hungry, stay foolish.

Basicamente, ao manter-se faminto e ao mesmo tempo superficial a tendência de diversão é muito maior e proporcional a possibilidade de aprendizado. Essa de ficar faminto também deve ter algo haver, com ir atrás da sua paixão na vida, nem que você a desconheça. A busca é a ferramenta de diversão sobre o fato da normalidade da vida.

Rotina cansa, e faz a cabeça ficar mais lenta. Claro que a maioria dos Criativos permanece dessa forma pela conveniência de suas privilegiadas posições dentro das organizações. Reconhecidos como criativos e principalmente os Criativos efetivos, são mimados e passam por tempos sem muita atividade produtiva. Mas quem é capaz de negar que para essas pessoas o ócio criativo é o grande ativo.

Multidisciplinaridade é a chave da criatividade, a falta de interação afasta a possibilidade de criação, o novo surge da união de temas, da correlação de conceitos e não somente do aprofundamento em um assunto. Claro que o aprofundamento gera coisas novas, mas elas são mais lógicas do que criativas.

A criatividade é infantil e normalmente rechaçada. Tive experiência em simulação de negociações onde todas as minhas idéias foram negadas. Tenho certeza que o pensamento foi abrangente, mas dentro do meu grupo de negociadores nenhuma delas foi bem aceita. Vários empecilhos foram colocados e acabamos com a abordagem mais objetiva e direta. Pedir um aumento de 16% para ganhar 11% que era a nossa meta. Conseguimos 10%. Bom, mas era possível fazer mais.

Eu errei por não ter firmado posição a favor do meu ponto. Para variar eu era um dos mais novos do grupo e os experientes tinham vários argumentos lógicos para rechaçar as minhas idéias. Eu não quis defende-las, pois achei que eram auto-explicativas e que não precisariam de defesa – também não quis me indispor. O momento da negociação apresentaria a situação a favor da solução mais criativa e menos lógica.

Claro que soluções criativas são facilmente rechaçadas pela lógica normal. Eu não soube, e não tive paciência, para explicar a necessidade de deixar a lógica um pouco de lado e ir pelo feeling. Também não tinha tempo na simulação onde todos querem falar e dar idéias.

Esse foi um daqueles momentos de colocam novos paradigmas na vida, não dos grandes, mas apresenta claramente que há evidente capacidade de criar, porém a capacidade de convencimento não foi satisfatória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário