24.5.10

Vida Orgânica

A vida é orgânica e não linear. Não, a idéia não é minha. Mas eu concordo com Sir. Ken Robinson.

Concordo também que toda a forma de educar deve ser repensada. Observa claramente que o modelo de ensino atual não dá espaço à criatividade, e as tentativas de acessar esse tipo de educação parecem forçadas. Dado ao fato que os alunos, e tão pouco os professores, não estão preparados para essa experiência.

Os dois vídeos que deram base para esse texto deixam muito claro que a criatividade é tirada da pessoa com o tempo e – contraditoriamente – com a educação. Deixou claro que os sistemas de educação no mundo preparam estudantes universitários. Mas deixou mais claro ainda que hoje, uma faculdade não garante nada a ninguém – nenhuma grande novidade. Não garante trabalho e mais, não garante resultados criativos produtivos.

No Segundo vídeo Sir. Robinson fala sobre uma frase de uma garota conversando com seu professor enquanto desenhava Deus:

O professor pergunta: “O que você está fazendo?”
A menina responde: “Desenhando Deus!”
O professor atesta: “Ninguém sabe como Deus se parece.”
E a menina sentencia: “Vão saber daqui a pouco...”

Um pequeno exemplo da seqüência de cortes que nos lapida até a faculdade. Para chegar ao mercado e começar a ouvir falar em inovação, em buscar alternativas. Em buscar novas formas de fazer o que já é feito. Como? Com qual ferramenta?

Tem pessoas que chegam à faculdade sem saber escrever um texto conexo. Mas, acima do texto conexo está a capacidade de criar. Coloca a caneta no papel ou o dedo no teclado e escreve qualquer coisa! A maioria não consegue escrever um parágrafo de idéia própria.

Simplesmente por medo de errar. Fomos educados sem tolerância ao erro. Uma parte dos vídeos também deixa claro: “Não estar preparado para errar significa que haverá nada de novo.”

O processo de inflação acadêmica (também mencionado no vídeo) é um evidente resultado da falta de conteúdo criativo. Qual o motivo que justifica a busca de titulação se o conteúdo final é simplesmente repetição?

Sir. Robinson menciona que a inteligência é diversa, abstrata e dinâmica. E, principalmente, interativa... Por isso, atesta a importância da questão interdisciplinar.

Essa era do Multidisciplinar. Onde a Inovação aparece da Interação. E eu já falei da teoria do caos. Mas ainda somos educados para especialidades. Especialidades são chatas na maioria das vezes, pois repetitivas e cansativas. Assim é impossível criar.

Como resgatar a riqueza da capacidade humana e estimular a criatividade? Esquecer a comida orgânica e focar no pensamento orgânico. Como sair do marasmo da especialização e descobrir o máximo sem perder o foco?

Às vezes, o foco precisa ser perdido. Foco demais atrapalha e massifica decisões.

Então, ao final, um pensamento vem à mente: Qual o motivo da interação inicial desinteressada em desconhecidos que podemos conhecer pelas vias modernas (redes sociais)? Qual o motivo da restrição da inserção de novos atores em nossas vidas?

O normal dentro disso seria ficar avesso à criação de novas relações não profundas. Intuitivamente temos um falso senso de proteção por não abrir nossa privacidade aos desconhecidos. Aí vi que, na verdade, ser orgânico é mais produtivo do que ser linear. Não posso restringir ao conhecido. A ferramenta rede social, pode ser utilizada ao extremo e não somente até onde a minha rede da vida real vai. E se ela pode me levar para coisas novas, qual o motivo da minha satisfação com o que eu já teria normalmente, se essa ferramenta possibilita mais?

O valor de nada. Do nada vem alguma coisa.

Como criar a partir do nada? Ou ainda, como observar e aproveitar nada de forma suficiente a gerar alguma coisa. Ou gerar o novo?

Então ao final, como somos orgânicos – ou queremos ser - agindo como tal. Para estimular o caos, teremos que abrir nossas redes de contato sem restrições específicas, sem medo de descobrir o novo em geral pela interação com pessoas novas em nossas vidas (ainda que virtuais).

Claro que quem sofreu a educação linear tem que quebrar tudo que existe no senso comum e mudar espontaneamente, pois você não vai mais para a escola. Ou se for novamente, ela ainda não vai mudar miraculosamente no seu tempo. Então, conduzir a mudança na sua vida e no seu ambiente depende exclusivamente da Sua ação orgânica com as ferramentas atuais.

12.5.10

Aquele que te irrita te domina! ((Elizabeth Kenny))

O mundo internético ensina muito. Ontem percebi que fazia uns 50 dias que eu não ligava a TV. Fazia tempo que isso não acontecia. Parecem férias.

Nessa, é claro que não há como ficar isolado de notícias e informações. Dentro de tudo que está disponível na net; poucas coisas causam sensação. A maioria te faz reagir ou te presta um serviço. Mas praticamente nada causa sensação (revolta em notícia do político não conta).

Fato que na continuação da viagem eu não quis mais postar nada e fiquei meio parado, depois de escrever dois artigos por semana em abril. Sei que poucos lêem e que pouco do que eu escrevo tem a capacidade de causar uma sensação nos outros. E por isso que eu sempre digo “isso aqui é um treino livre”. Posso escrever o que eu quiser sobre qualquer coisa. E escrever causa uma sensação para mim.

Isso foi um aparte.

Voltando ao que me colocou aqui novamente. Claro uma sensação. Li, e tive uma sensação estranha. Gostei, escrevi e comentei. Quem recebeu o comentário (não a dona do Blog, mas outra pessoa que comentava lá) não gostou, apegou-se às palavras e não ao contexto geral.

OK, realmente eu acho que poucas pessoas lêem isso aqui, inclusive estou pensando em mandar o atma para o wordpress, pois há estatísticas mais amigáveis ao usuário – e lá eu sei com certeza quantos acessam e da onde vem.

Mas fato é que, tem gente que lê isso aqui gosta e comenta para mim ao vivo. Fato que, as pessoas que conhecem a cultura blogueira nacional sabem como é difícil causar reações e comentários. Sou um iniciante na arte. Procuro comentar os blogs que eu gosto e interagir com pessoas novas dessa forma.

Óbvio que posso gerar reações negativas quando escrevo ou falo alguma coisa. Óbvio que minha escrita não é perfeita. Mas receber uma crítica direta sobre minha escrita é um chute no saco. A final de contas, eu gosto do que eu escrevo (da maioria pelo menos) e conheço pessoas que gostam e elogiam. Quase ninguém posta comentário, por desconhecimento ou medo de julgamento.

Agora, depois da primeira crítica de verdade, lembrei de um post, ou tuite, que eu li há tempo e coloquei no Blog ou no Tuite, era algo mais ou menos assim: Não deixe de escrever por medo de julgamentos, por mais que você seja considerado ruim, ou que a crítica limite sua criatividade, você causou uma sensação.

É para isso que estou aqui, na busca. Não quero impressionar, quero aprender. E está funcionando.

Eis algumas que me inspiram:

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." William Shakespeare

“Toda decisão que você toma não é uma decisão sobre o que você faz. É uma decisão sobre quem você é. Quando você vê isso, quando você entende isso, tudo muda. Você começa a ver a vida de um novo modo. Todos eventos, ocorrências, e situações se transformam em oportunidades para fazer o que você veio fazer aqui.” Neale Walsch

Cause Sensação, é melhor que não causar sensação alguma. RK