18.6.10

Abstrai e Reflete

Já com o rally na cabeça, abstraio o passado e não me preocupo com o futuro.

Queria saber como a maioria das pessoas faz para abstrair. Sair do mundo normal e ir para algum lugar onde o normal não seja mais comum.
Por óbvio os músicos, escritores e artistas em geral têm essa capacidade facilmente instaurada. Mas e a massa? Futebol?

Vai tomar alguma atitude a abstrai o futebol um pouco. Você não está fazendo nada. Todos os jogos da copa não afetam sua vida em nada e, como distração, para mim não servem, dá sono.

Nada contra a copa, acho um espetáculo sensacional, mas prefiro outros, não precisa ser esporte – mas pode ser.

Fato que a situação que busco não é a fuga e sim a interação mais acurada comigo mesmo. Momentos pouco aproveitados e pouco experimentados ao longo da vida.
Fato que eu não penso muito sobre acontecimentos da vida. Fato que prefiro ficar sem pensar por um tempo enquanto me concentro nos trabalhos técnicos. Por outro lado algumas semanas trazem muitas situações que me deixam mais apreensivo ou me fazem pensar.

A morte é um tema delicado. Ainda mais para motoqueiros ao falar da morte de alguém próximo em acidente de moto. Esse último mexeu comigo de uma forma que eu não esperava. Não sei se pelo fato do cara ser jovem, pela injustiça do fato, ou pela identificação pessoal.

O que me impressionou é que, por nenhum momento eu coloquei o fato que iria continuar andando de moto em cheque.

Não há qualquer possibilidade de controle sobre a morte. Ela pode acontecer independente de todas as minhas ações, ou pode ser causada por um descuido ou pelo acaso. Nunca vou saber ao certo, mas não estou disposto a abrir mão do meu esporte por medo ou para adquirir a falsa sensação de controle sobre a morte ou sobre a vida.

Há que se fazer o que quer e não somente pensar sobre isso. Futebol resolve para você, OK. Pra mim não...

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