16.4.10

Mudanças

Mudanças

Por evidente as coisas mudam. Sempre.

Nessas últimas semanas tive que olhar para trás e pensar sobre conceitos estabelecidos na minha consciência sonhadora. Rever conceitos sempre é um exercício de humildade, mas, principalmente de desapego. Desapego à estrutura criada para um determinado fim e deixada de lado para a perseguição de outro – ainda que provisório.

Tive que abrir mão do Rally de Botucatu, para fazer uma coisa que normalmente eu não faria. Andar de Harley.

Não que seja um sacrifício. Meu Eu “normal” queria ir com alguma moto off Road, mas não vai dar. Tem que ser com a HD mesmo. Isso coloca a questão em perspectiva e começo a pensar. E foi assim nas duas últimas semanas. Por essência sou contra Harleys... ou era.

Nunca considerei que sou uma pessoa muito crítica. Gosto de entendimentos diferentes sobre tudo, principalmente gosto de escutar e buscar informações desconexas. Tenho muita fé na teoria do caos.

A pergunta recorrente: Como direcionar diversas decisões independentes para um fim comum? De talhe que normalmente não há idéia sobre a possibilidade de fim.

O Senso Comum busca cada vez mais o direcionamento da vida com um único foco e limita a criatividade por “necessidade de especialização”. Necessidade de foco e limites evidentes ao desenvolvimento do novo. Exemplo: Liberdade Direcionada.

O purista vai falar: ‘Não existe “Liberdade Direcionada”. Liberdade é liberdade e pronto, não pode ser direcionada.’

Discordo. Pode ser naturalmente direcionada. Ou a quantidade de tempo que as empresas como Google e 3M liberam para seus empregados trabalharem em “Projetos Pessoais” não é uma evidente Liberdade Direcionada?

Claro, o funcionário pode fazer o que quiser com esse tempo livre. Mas ele tem que buscar o novo pensando no interesse da empresa.

Muito saudável a pausa no projeto específico para dedicação ao particular, pois estimula a criatividade. Criatividade direcionada ao interesse da empresa.

Por isso “Liberdade Direcionada”.

Ainda é importante desapegar de qualquer palavra ou das novas palavras... Chefe x gestor. Empregado x colaborador... A palavra surte um efeito muito forte no psicológico das pessoas, mas o apego a forma enfraquece o conteúdo. Antes um criativo de chinelo que um idiota de terno!

Em fim, tudo isso para dizer que vou iniciar uma jornada pelas estradas Norte Americanas. Com asfalto ao invés de terra. Sem KTM, sem planilha e acompanhado de pessoas que eu praticamente não conheço fora meu Pai e minha Mãe. Esses eu acho que conheço bem... Mas são o principal motivo da jornada.

Então, no final da conta embarcarei em uma jornada que normalmente não embarcaria. Não poderia não ir. Seria como dispensar um texto ou um discurso antes de ler ou ouvir.

Parar de discursar e desafiar o estático gera informação suficiente para formação de uma massa crítica que possa dar base a uma decisão, a um pensamento ou até uma mudança. Ou não...

Por óbvio isso foi mais um exercício de escrita direta. Um pouco mais direcionada agora.

À disposição.

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